12/23/2005

Cameron Diaz X Vanessa H.



Dê sua opinião... Será ela a Cameron Diaz de 2020?

Mosaico


Estou distante,
longe além,
pensando só em mim,
mais ninguém.

Mergulho,
vou fundo,
profundo,
sou eu.

Explodo em milhões
de pedaços e cacos...

Depois, com o tempo,
me faço de novo,
em outros mosaicos e
sou outra.

12/18/2005

Eu sou um Anjo sem asas!


Sei que sou um Anjo que me roubaram as asas,
e de tanto amor me esconderam as minhas asas de mim.
De Guardiã, virei Prisioneira deste amor,
de prisioneira, tornei-me infeliz.

Quero voltar a voar,
voltar a sorrir e
fazer também sorrisos:
aonde estão as minhas asas, que pertencem só a mim?

Se me amas tanto assim,
sejas então meu Grande Amor
e não o meu Senhor:
eu só sou Anjo, se livre,
eu só amo, se livre,
só sou feliz livre!

Aonde estão as minhas asas, que pertencem só a mim?

12/01/2005

Meu Céu!


O meu fascínio é o céu,
lugar esplêndido, iluminado.

O céu é limpo de coisas…
É belo, mesmo nublado!

Oh! Céu ensolarado!

Queria eu poder voar e
conhecê-lo de pertinho,
tão azul, azulzinho!

O céu é lindo sim!

Eu?

Queria o céu só prá mim!

11/16/2005

Índia



Sou índia:
cabelos negros,
pele morena,
olhos escuros,
jaboticaba.

Sou livre por
entre o verde,
água torrente,
pássaro-preto.

Sou índia
de ascendência,
pele de jambo,
boca pitanga.

Sou como a noite,
sou como a lama:
raiz da terra,
pérola-negra.

11/02/2005

Pelos direitos de SER-LIVRE!


Questiono o mundo, a política, a TV e
todo esse sistema "high-tech" que nos aprisiona.
Procuro pelo tempo e não pela falta dele!

Quero o não-compromisso, dar muita risada,
trocar um olhar amigo: quero ser gente e não máquina!

Os meus passos eu os quero livres de antenas e satélites.
Eu não quero existir em radares ou números:
eu absolutamente não quero ser código-de-barras!

Eu sou gente e não máquina!

Nós sabemos que em todos os tempos sempre houveram
os opressores e os oprimidos: sempre houve uma
revolução e os assassinos dela!

ABAIXO A DITADURA CORPORATIVISTA DAS GRANDES EMPRESAS
INTERNACIONAIS, QUE ESTÃO DESTRUINDO TODAS AS FORMAS
DE SERMOS HUMANOS!

Essas empresas exploram o mundo e transformam os seres
em números, tabelas, relógios cronômetrados, máquinas!

Eu sou gente e não máquina!

Eu não quero pertencer a esse sistema predador e você?
Eu quero ser livre e você?

Porque eu sou gente e não máquina!

10/25/2005

Metamorfose frenética... nós somos!


Tudo o que me vêm, através dos meus sentidos; seja uma imagem, um som qualquer, uma conversa, uma palavra ou até mesmo a escuridão e o silêncio, transpassa o meu ser e transforma-se noutra coisa.

Para mim nada é conclusivo e definitivo: tudo pode ser reexplicado, redirigido, revisto – para tudo aquilo que sempre nos disseram ter um fim, há e haverá sempre uma nova perspectiva, resultando num novo começo: um recomeço.

Assim como tudo não é conclusivo e definitivo, a própria vida não o é: ela carrega em si a própria indefinição. Por isso, podemos sempre nos redescobrir e nos refazer em outro. Não há nada que possa parar essa metamorfose frenética, que somos nós.

10/22/2005

Desconstrução...


Pulei do ponto mais alto, pulei...
Mergulhei em mim - eu sou o centro!
Neste mergulho tive momentos de agonia,
uma certa falta de ar...
Vi quantos lugares desconhecidos possuo à mim mesma:
lugares que tenho medo de enxergar.
Vi-me criança, desamparada,
à mercê do acaso e da sorte.
Vi no meu rosto os olhos medrosos e um sorriso falho:
uma criança sem alegria.
Fugi... (mas como fugir de mim?)
Me deparei com outro rosto, mas ainda eu mesma:
um rosto jovem e decidido, até certo ponto frio
(mesmo sabendo que essa frieza era uma máscara
na luta pela sobrevivência!).
Corri... (mas como correr de mim?)
Neste momento, atravessei um corredor estreito,
tão estreito... não sei como passei por ele.
Do outro lado havia uma mulher, ainda jovem,
porém sozinha - completamente.
Vi nela a força de quem não se deixa vencer,
mesmo sabendo de que não há vencedor no jogo da vida!
Chorei... (mas como chorar por mim?)
De repente, encontrei-me com a ebulição do meu sangue,
jorrando vidas, me torturando e ao mesmo tempo,
tornando-me a mais bela...
Esqueci de mim: deixei meu centro, pari!
(desconstruí, como eu não sei, deste ponto me perdi de mim!).
Continuo neste mergulho profundo,
à procura de tudo o que fui à mim mesma...
Quero os meus medos, a minha solidão, a minha força,
a minha ebulição! Quero tudo!
Quero meu sangue jorrando, encontrar a mulher que se perdeu...
Só não quero fugir, correr, chorar!
Sou o acúmulo de todas quem fui, e não sei quem fui e quem sou!
Quero encontrar a saída do meu labirinto...
Pergunta: se não há vencedor no jogo da vida,
por que eu procuro a saída?

10/16/2005

Se eu, talvez se...


Da janela observo... o quê?
O quê faço eu ali?
Penso sobre a vida ou sobre vidas?
Quem seria eu hoje, se aquele namorico de mil anos atrás
fosse levado à sério, se aquele curso incompleto de alemão
tivesse sido concluído... Se aquele amigo não tivesse me
estendido à mão, no meu momento de desespero...
Quem seria eu hoje? Aonde estaria eu? Talvez não naquela janela,
fazendo "do pensar" nada de importante...
Como as folhas de uma árvore no outuno,
assim são os pensamentos que me rodeiam!
Quem seria eu hoje, se...?
Talvez outra...
Talvez ainda... eu mesma.

10/12/2005

Eu sou a FORÇA!


Eu corria adentro da densa selva. Meus cabelos eram negros e longos, naturalmente selvagens. Vestia apenas uma tanga feita de folhas secas e trançadas. No meu braço esquerdo, entre o cotovelo e o ombro, tinha uma tatuagem feita com pigmento natural: era um olho. Eu tinha três olhos e cinco armas: uma flecha, um estilingue, uma machadinha de pedra, uma faca e as minhas mãos. Eu não conhecia o medo, e por isso, sentia-me livre nesta selva, porque eu era parte dela. Sobreviver era a lei do mais forte, não necessariamente forte no físico, mas no instinto!

Todos os dias eu percorria a selva à procura de alimento e de prazer. O prazer da água, o prazer do cheiro, o prazer do tato. Porém, independente de onde eu estivesse, eu retornava sempre para a Grande-Árvore.

A Grande-Árvore era a minha fonte de energia, a minha proteção, a minha mantenedora. Eu a abraçava e a cheirava, sentindo o melhor dela. Subia até seu topo e de lá avistava um outro mundo, um imenso lago verde e o céu. E lá de cima o céu se tornava escuro, eu via o espaço estrelar e todos os deuses, que estavam acima de tudo e de todos os seres daqui. Sempre adormecia no alto da Grande-Árvore, certa e segura de que nada aconteceria a mim, porque a Grande-Árvore tinha em mim sua filha e os deuses também. Quando há o zunido dos insetos, a agitação dos pássaros começam, é porque o Rei-Sol está chegando. Era sinal de acordar! Descia rapidamente e enquanto o céu-alaranjava anunciando um novo dia, eu começava a dançar! Dançava em torno da Grande-Árvore para o Rei-Sol! A minha dança louvava mais um dia de vida! E quando todos se silenciavam, e só ouvíamos o som das águas correndo, é porque ele já estava lá! Então eu sorria para todos e para mim, porque eu era feliz, eu tinha tudo o que precisava, inclusive a liberdade! Eu dava um grito, desejando ao Rei-Sol boas-vindas e ia caçar!

A selva nunca representara perigo a mim até então... Foi quando sentei-me numa pedra, às margens de uma cachoeira, que ouvi uma voz. Nunca havia ouvido uma voz, somente sons! Essa voz falou bem ao meu ouvido: “Eu sou o seu guia. Vim para avisá-la que hoje será um dia diferente. Você conhecerá a sua inimiga mortal, aquela que quer a sua selva, a sua Grande-Árvore, as suas armas! Você terá hoje um duelo em defesa de tudo aquilo que te pertence! Esteja preparada!”.

Mantive-me quieta, imóvel e meus olhos se fecharam. Através do meu olfato, pude sentir que não estava só. Ela já estava ali, atrás de mim. Podia ouvir agora seus movimentos de um lado para o outro, nervosos, como um animal felino e traiçoeiro, preparando-se para à caça.

Sob os meus olhos, o meu espírito estava atento. Ouvi a voz novamente daquele que se dizia meu guia “Ela que veio a ti, em busca do seu próprio egoísmo. Ela não te quer aqui, não quer dividir nada. Liberte o teu espírito e dance ao redor dela. Tu tens uma arma que ainda desconheces, mas que faz parte de ti, é a tua força. Faça a dança da guerra, porque o teu nome é Força!”.

Foi então que me vi sentada de olhos fechados ali naquela pedra, e pela primeira vez, avistei aquela predadora atrás de mim. Era um bicho em forma de mulher. Sua pele era branca, seus cabelos eram brancos e os seus olhos eram tão claros e transparentes, que não tinham fundo. Pessoas que não têm fundo nos olhos não são confiáveis! Para ela eu era a presa, a caça! O meu corpo já sentia as suas narinas quentes sobre ele, mas o meu espírito já dançava ao seu redor invocando todos os deuses que me deram a força.

Ela não me via, mas eu tinha a visão de tudo o que estava acontecendo. E no momento exato, meus olhos se abriram, e como um animal quadrúpede, me virei e pulei sobre ela, com toda a força que estava em mim, e no impacto de um único golpe, preciso e mortal, a destrui. Destrui a sua forma traiçoeira e arrogante contra mim. Foi um ato sem dúvidas ou fraquezas: eu a matei, porque com o inimigo não há escolhas: é matar ou morrer!

Meu guia disse: “Desapareça com o corpo, para que esse espírito ruim se vá com ele e que não vague ainda a procura de ti pela selva!”. Então amarrei um cipó entre seus pés e mãos, e a arrastei até um precipício. De lá, a empurrei para um lugar escuro e desconhecido, onde nunca mais encontraria o caminho de volta. O seu espírito foi-se também! Eu estava livre!

Era hora de retornar...retornar a Grande-Árvore. Corri em direção da minha fonte de energia! Não compreendia o porquê temos inimigos, à quem nunca fizemos nada, mas que mesmo assim, surgem do nada e querem tudo o que nos pertence!

Foi então que vi meu guia, pela primeira vez. Ele era feito de luz, muita luz! Ele sorria satisfeito! A satisfação dele era a mesma minha! Eu também sorria! Comecei a dançar: dançava para ele, para mim, para os deuses, para a Grande-Árvore!

A dança da vitória: vitória pela vida, que ainda pulsa em mim!

10/06/2005

Meu poema preferido...



"Quando escolhi a selva,
para aprender a ser,
folha por folha,
entendi as minhas lições
e aprendi a ser raiz,
barro profundo,
terra calada,
noite cristalina,
e pouco a pouco mais,
toda a selva".

Pablo Neruda

10/03/2005

Mundo: onde mesmo?


Venho do trópico, do calor, do sol!

Sempre achei que a liberdade é ter espaço para correr,
é poder usar pouca roupa ou nenhuma.

É poder molhar o corpo no mar e deixar secar ao vento,
e continuar sorrindo, livre!

Sentia tristeza pelas pessoas que nasceram onde o frio
é rigoroso, limitados no espaço do calor fabricado para
sobreviver. Onde as pessoas passam a ver o mundo através
das janelas fechadas...

Só mais tarde compreendi que o mundo não está do lado de fora!

9/29/2005

Atrás de mim!


Já esqueci o que é paz.
Já esqueci de esquecer!

Aonde estou eu não sei...

Do som do mar estou bem longe...
Do sol da luz também estou!

Aonde estou eu não sei...

Já esqueci quem sou eu hoje,
já esqueci quem fui um dia.

Aonde estou eu não sei...

Estou bem longe...sei que estou!
Atrás do mar, atrás do vento,
atrás das nuvens, atrás de mim...

Estou atrás de mim!

Aonde estou eu não sei,
só sei que estou atrás de mim!

9/27/2005

Sobre o Adeus!


Adeus,
palavra definitiva,
sentido definitivo,
último.

Eu já disse sim: adeus!
E não voltei à olhar,
o meu olhar,
atrás.

O que ficou, não volta mais!

Eu fui, e a lágrima que rola em minha face,
encheu o Mar!

Eu disse sim: adeus!
Sem compreender se existe um porquê...

O que ficou, não volta mais!

Dos meus passos, caminhou o meu corpo,
na direção contrária do meu adeus.

Não voltei à olhar, o meu olhar,
atrás.

9/26/2005

Sempre à procura...


Procuro a felicidade que se esconde:
por que é que sempre a felicidade se esconde (de nós)?

Procuro o amor que se perdeu:
por que é que sempre o amor se perde (de nós)?

Procuro a verdade que se cala:
por que é que a verdade se cala (contra nós)?

Procuro o sentido de existir:
porque existo e sou intensa,
e sendo assim, existo assim!

9/16/2005

Á família Yonekura, meu pesar!


Existem dois mundos: o meu e o seu.
O meu mundo me faz pensar que estou mais segura...
(segura de quem?)

Seu mundo distante, tem mancha de sangue, de luta sem fim.
Não posso aceitar, tão pouco compreender: vidas valem mais
que papel de merda!

Esse meu mundo pacífico de hoje, também já matou e morreu -
por isso, conhece a dor e a culpa:

"quem mata também morre, mesmo que viva para sempre!"

Dois mundos distintos: um velho e um novo;
um de passado triste, outro, de presente triste!

Se tão seguro é meu mundo hoje, por que então, penso tanto no seu?

Talvez por saber mais que você: saber que seu mundo faz parte
do meu, já o meu mundo, distante, não é o seu!

http://www.estadao.com.br/cidades/noticias/2005/set/15/240.htm

9/12/2005

ASSUSTADOSSODATSUSSA



As políticas econômicas
assustam
os patrões
assustam
os empregados
assustam
os sindicatos
assustam
os poderosos
assustam
os coronéis nordestinos
assustam
os políticos
assustam
os telejornais
assustam
as percepções humanas
assustam
os manipuladores
assustam
os pobres
assustam
os ricos
assustam
os pobres...

Ao Sir Peter Blake!


(ao navegador neo-zelandês,
Sir Peter Blake, por minha dor e vergonha).








Envergonha-me a morte inesperada,
tal qual a sombra que nos segue,
surpreende.

Já não há lugar seguro,
nem quando a sua mão segura,
o certo.

Minhas lágrimas rolam na face
por mim e por àqueles
que por alguma razão,
foram-se cedo demais
com a morte inesperada.

Deixem-me aqui, quieta!

Talvez haver-se-ia o bem
se houvesse a justiça,
que sempre é tarda,
cuja ação existe somente após
a morte inesperada.

9/06/2005

Amigo...


Talvez exista alguém
que saiba quem eu sou.
Alguém que pense o que eu penso,
e sinta o que eu sinto.
Que chore e ria como eu,
que me compreenda e me aceite,
assim, desse jeito, imperfeita.

Se este alguém existir,
certamente o chamarei de
"Meu amigo!".

9/02/2005

Quem são? Quem somos?


Certo dia abri o jornal e nada li.
Desliguei minha TV no “horário nobre”.
Olhei-me no espelho e não me vi.
Como as pessoas se esquecem dos fatos,
dos atos, desacatos?

Quem são essas pessoas que falam o
tempo todo de telenovelas, que vendem os
seus votos? Que trabalham duro para
comprar no final do mês um tênis de marca
famosa de midia impressa (expressa),
um eletrodoméstico à prestação?

Quem são essas pessoas que sorriem
sem saber o porquê sorriem?
Para sorrir deve-se haver um motivo não
singular... um sorrir pluralmente.

Quem são essas pessoas que sonham com
o país do futuro? Qual país? Que futuro?
Essas pessoas não imaginam que o poder
não é de graça, é pago. Por quem?
Eu não sei...Porque eu não tive escola,
justamente para saber aonde vai o dinheiro
que eu pago, pago, pago...

Talvez o dinheiro tenha ido para o poder e
não para a escola...mas não há provas!
A única certeza que eu tenho é que ele
desaparece do meu bolso e eu não o vejo
mais...Nunca mais!!!

Quem são essas pessoas que se
comportam como animais irracionais
(massificação humana sem expressão)?

Quem são essas pessoas que não sabem
cobrar o que é direito? Revolução?
Talvez seja impossível!
Afinal ninguém sabe o que é isso mesmo.

Essas pessoas não têm tempo para ver,
para ouvir e para falar.
Estão ocupadas em sobreviver.
Às vezes comem...
Às vezes dormem...

Quem são essas pessoas cegas,
surdas e mudas que se negam aos fatos,
aos atos, desacatos?
Congresso? Fechado!!! Por quê?
Porque hoje é dia não-se-do-quê e tem
feriado na semana!!!

Amo São Paulo!


A arte da minha cidade
é barulhenta,
é operária.
É nordestina e italiana,
é portuguesa e africana,
é japonesa, chinesa, koreana!
É essa mistura tão paulistana!
A arte da minha cidade
é concreta e abstrata,
do arranha-céu à rua asfaltada.
A arte da minha cidade
é ao mesmo tempo
fria e solidária,
companheira e solitária.
Há quem diga que aqui
não há artistas,
mas a minha cidade
é uma grande escola de arte...
...da pura arte de viver:
de movimentos enlouquecidos,
de luzes amanhecidas,
e de artistas, por vezes esquecidos,
nas marginais engarrafadas!

8/30/2005

Eu suspeito...


Eu suspeito do olhar,
dos gestos, do sorriso.

Eu suspeito das palavras articuladas
na boca, da intensão, do amor-ao-próximo.

Eu suspeito do fácil, do muito fácil,
e daquele quem vende um terreno no céu!

Eu suspeito do “normal”, muito mais que do
louco, do psicótico anônimo (muitas vezes,
nem sabemos e somos).

Eu suspeito da bondade e da caridade,
daquilo que normalmente não se divide
e não se dá.

Eu suspeito do abraço, do calor-humano
gratuito (porque nada é de graça!).

Eu suspeito sim, dos meus sonhos à noite,
de quem se aproxima, da lágrima que rola
(se não é a minha!)

Eu suspeito do amigo-do-amigo,
do falso interesse em mim.

Eu suspeito do dinheiro, do pobre e do rico,
da honestidade e da lei.

Eu suspeito da justiça, do juiz, do réu e
da defesa, dos advogados do diabo!

Eu suspeito dos meus pensamentos,
que observam calados,
tudo que pode ser susceptível de suspeitas.

Eu suspeito do ser-humano,
justamente por "ser-hu-ma-no"
e toda a sua complexidade.

8/26/2005

Ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão!


"Folha de S.Paulo - 26/08/2005 - 10h58
Ladrão tenta roubar carro de assaltantes no Rio.

Dois ladrões que estavam em um Palio roubado sofreram uma tentativa de assalto no final da manhã de ontem, em Santa Teresa (centro do Rio de Janeiro). Eles foram presos depois de o veículo em que estavam colidir com o carro de um policial.

A dupla guiava o carro roubado quando foi interceptada por outro assaltante armado, a pé. Houve troca de tiros, segundo a polícia do Rio. A dupla de ladrões acelerou o Palio e acabou batendo no carro em que estava um policial.

Após o acidente, os dois tentaram entrar em um ônibus. O veículo foi cercado e os criminosos, presos. Um dos ladrões tinha 29 anos. O outro tinha 21. Eles foram identificados e presos em seguida. Os dois tinham passagem pela polícia e foram encaminhados para a carceragem da Polinter, na zona portuária do Rio.

O outro ladrão, que estava a pé, conseguiu fugir. A Folha não conseguiu falar com os suspeitos".

Link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u112404.shtml

8/25/2005

Eu sou um Cavalo!



What Is Your Animal Personality?
IMPORTANT: Answer honestly, and we'll see how well I can match up to your personality. If you dont think your results are accurate, you most likely know very little about that animal. And you are just overlooking something special that you have in common with it. You may be surprised. But remember, NO result will match your personality 100%. Only certain qualities about you that stand out will help determine what kind of animal your personality most resembles.

http://quizilla.com/users/EmrysWolf/quizzes/What%20Is%20Your%20Animal%20Personality%3F/

8/21/2005

Meus "Peitos" e "Eu"...


Sempre fui envergonhada! Quando criança tinha vergonha dos desconhecidos, e sempre que alguém vinha na minha direção, eu me escondia atrás da bunda da minha mãe ou da minha avó.

Na puberdade, tinha vergonha dos meninos! Na escola, ficava vermelha e encabulada toda vez que algum deles a mim se dirigia.

Já crescida, moça-mulher, tornei-me mais interessada nos rapazes, entretanto eles não tinham interesse na minha pessoa, mas nos meus peitos. É que eles cresceram junto comigo! Me tornei uma mulher de “peito”!

Certa vez um rapaz, desconhecido a mim até hoje, num shopping-center, flertou com os meus peitos, se apresentou aos meus peitos, os cumprimentou sinceramente, deu seu telefone para os meus peitos e se despediu dos meus peitos, finalmente (e para sua tristeza!). A cor dos meus olhos, com certeza ele não se lembra, mas dos meus peitos...

Os meus peitos chegaram a tal ponto, que tinham uma vida independente da minha! Quando saíamos, eu e os meus peitos, tínhamos sérias discussões. A nossa relação, com o tempo, tornou-se insuportável!

Meus peitos me deram tanto trabalho e tantas decepções, quase que como um filho não-desejado! Resolvi nesta época mesmo, me livrar deles!

Meu cirurgião, momentos antes da operação, desenhava nos meus peitos a sua redução ( e eu queria reduzir o trabalho que eles me davam!). “Você tem certeza?” perguntou o médico. “Olha que se você fosse para os Estados Unidos da América, você teria muitos pretendentes!”. Mal sabia ele que pretendentes para os meus peitos é que não faltavam, em qualquer lugar do mundo! Eu é quem não tinha nenhum! “Você tem certeza?” perguntou mais uma vez. Convicta e decidida, disse “Sim!” ao médico (e não aos meus grandes peitos!). Pedi somente que não os deixassem muito pequenos, porque não era a minha natureza, porém próximo da minha forma física. No total foram dois quilos, um de cada lado! Ficaram “médios” e lindos!

Senti então, que alguma coisa havia mudado entre eu e os meus peitos, para melhor (ficamos mais cúmplices)! Agora sim, tínhamos sido “feitos” um para o outro.

Desde então, meu olhar e o meu sorriso vêm primeiro aos meus pretendentes (agora os tenho!), os meus peitos só depois!

Liberdade?!?


Fechei meus olhos...senti o tocar de outras mãos nas minhas. Imaginei um Homem-Príncipe. Então ele veio mais perto e me abraçou. Começamos a dançar num jardim enorme! Rodopiava, segura em seus braços, tão fortes...

Distanciei-me de mim para ver mais de perto!

Então me vi no vestido mais lindo da noite, cheia de jóias, cheia de brilho! Vi como eu sorria verdadeiramente, tão feliz de ser tão amada! Percebi que era uma festa importante...não?!? Era o nosso casamento! No meio da festa, nos retiramos. Então ele me mostrou um Castelo digno de uma rainha e me disse: “Aqui será o seu lar!”.

Na entrada, pegou-me em seu colo e carregou-me até o nosso quarto, onde tivemos a nossa noite de núpcias, a nossa noite de amor. Quando acordei, tão feliz, no dia seguinte, decidi dar uma volta nos arredores, tomar um ar fresco. Era tudo tão lindo dentro do Castelo, tanta riqueza...

Fui até a porta principal, tentei abri-la, mas estava trancada. Então, fui até a outra porta, mais próxima, também estava trancada. E tentei todas as portas que davam para fora do Castelo... trancadas! Tentei todas as janelas... trancadas! Comecei a correr pelos corredores, desesperadamente a gritar por socorro, mas ninguém era capaz de me ouvir.

Não havia saída! Eu estava confinada!

Só mais tarde compreendi que a Princesa era eu, e que meu maior tesouro eu havia perdido: a liberdade.

8/19/2005

A Felicidade


Sentei-me exausta naquele banco de jardim. O jardim estava tão verde e florido! Havia também um chafariz, que dava ao local mais harmonia com som das águas. Algumas pessoas passeavam por ali. Nesse cenário, eu era quase um banco, imperceptível perante tanta beleza. Era tudo tão tranqüilo, que eu conseguia ouvir o som das águas e os batimentos do meu coração. Tudo ali era vida, inclusive eu. De repente, um beija-flor surgiu! Voava eletricamente de uma flor à outra. Parecia tão feliz! A natureza o presenteava com cores e talvez, sabores diferentes. Ele era um beija-flor feliz! Se eu pudesse nascer de novo, se eu pudesse escolher outra forma de vida, certamente eu seria um beija-flor!

Ouvia ainda os batimentos do meu coração... Isso me fez refletir sobre quem eu era: tudo em mim funcionava como uma orquestra! O coração batia, o sangue corria e os meus pensamentos também voavam eletricamente, como aquele beija-flor!

Lembrei-me então da minha infância sofrida, das escolhas equivocadas, das pessoas as quais nunca mereceram a minha confiança (nem sei porque lembrei delas, pois não merecem nem meus pensamentos de lembrá-las!). Muitos outros fatos passados vieram como “flashes” à mente!

No entanto, ali naquele exato momento, naquele jardim, eu era outra pessoa e não as tantas outras que um dia já fui! É como se todos os dias da minha vida eu acordasse uma outra pessoa. Tudo o que eu havia vivido era e não era eu! O passado então, não era necessariamente o meu, porque eu era outra todos os dias! Eu também fazia parte da natureza em transformação! Toda essa reflexão, nesse banco desse jardim, também ficarão para trás. Será somente um contexto tranqüilo, de um curto espaço de tempo, de quem sou eu hoje!

Aquele beija-flor ainda estava ali, como eu. Ele estava feliz por estar ali...e eu? Acho que eu também estava feliz, mas a certeza da felicidade a gente só há tem, quando já não há tem mais.

Felicidade? Pouca importa a felicidade se todos os dias quando acordo, sou outra pessoa. Se não fui feliz ontem, sendo quem eu era, talvez possa ser eu feliz hoje, sendo quem eu sou; ou talvez amanhã sendo a outra pessoa que ainda serei! Eu sou como a natureza em transformação!

A felicidade em si não é planejada (nem deve, nem pode!). Ela se esconde em momentos inesperados (como nesse jardim), se esconde no amanhã e nos outros muitos “eus” que eu desconheço ainda em mim!

A Árvore


Havia uma única árvore, somente uma, que podia ser vista lá de longe, pois era robusta e imponente, feito um tenente. Todos os dias eu ia lá... Conversávamos longamente!

Certa vez, perguntei a ela porque era tão só (afinal não havia nenhuma outra árvore ao seu redor). Foi então que ela me contou, que há muito tempo atrás, lá houveram homens, muitos homens...que acreditavam na força do mercado livre, tinham a ilusão do poder e do sucesso, e muita ambição à modernidade. Esses homens destruíram todas as formas de vida ao seu redor e a transformaram numa árvore solitária, talvez a última.

Ainda hoje, ela procura no silêncio, a compreensão sobre os homens, saber do que a nossa mente é capaz.

Se ela pudesse voltar naqueles tempos, me disse que se pudesse dizer aos homens alguma coisa, ela diria que não há nada no mundo, até mesmo todo o dinheiro do mundo que possa nos dar o que a gente nunca teve, porque aquilo que nos falta; o quê a vida, por alguma razão não nos deu, aquilo o quê a gente nunca teve, estará sempre faltando!

8/18/2005

Estrela-do-Mar


Existe uma estória de não sei quando e nem de quem, que conta sobre um pequeno grão de areia e uma estrela do céu, que de tanto se olharem, se apaixonaram.

Ninguém sabe até hoje se eles conseguiram concretizar esse amor impossível, somente que no oceano existe uma outra estrela: a estrela-do-mar!

A estrela-do-mar talvez seja fruto desse amor, sem testemunhas. Amores impossíveis misteriosamente acontecem, procriam e desaparecem.

Eu também fui fruto de um amor impossível...

Só mais tarde compreendi, que eu também sou uma estrela-do-mar!

Re...


Tudo aquilo que sempre nos disseram ter um fim, sob uma nova perspectiva, pode ser reexplicado, redirigido, revisto; resultando sempre num novo começo: num recomeço.

Acredito que, assim como tudo não é conclusivo e definitivo, a própria vida não o é: ela carrega em si a própria indefinição. Por isso, podemos e devemos, sempre, nos redescobrir e nos refazer em outro.

8/17/2005

Indignação...











Indignação:
contra os hábitos (tão americanos),
os filmes (tão americanos),
os lanches (tão americanos)...
... aqui no meu país!
Indignação:
contra a falta
de questionamento
da nossa população!
Indignação:
contra os fatos existentes,
e às vezes, inexistentes
na nossa eduçação.
Indignação:
contra a passividade,
a concordância,
a ignorância,
a aceitação.
Indignação:
contra a fome,
a morada a céu aberto,
a vida tão medida,
a sobrevivência,
a total pobreza,
a falta de participação.
Indignação:
contra os políticos
tão demagogos,
o engano,
o poder e corrupção,
o oportunismo
sempre em época de eleição.
Indignação:
contra a terra,
o monopólio.
A gota de sangue
que escorre na luta,
no sonho da divisão.
A verdade se esconde
atrás de um canal
de televisão!
Falta de eletricidade?
Talvez fosse uma solução.
Indignação?
É... falta muita indignação!

Sombras...


Eu vejo as sombras,
os contornos,
as linhas definidas,
muitas vezes, daquilo que não posso ver.
As sombras têm vida.
Movem-se lentamente.
Na verdade, a luz conduz as sombras
na penumbra,
no espaço sempre disponível:
às sombras.
Há um cenário concretizado, só de sombras.
Há um outro mundo: só de sombras.
Esse mundo das sombras não é sombrio: só é tímido.
Vive atrás de tudo.
É um mundo de luz, só não quer ser reconhecido;
porque é tímido.

Deslocamento


Ruas e ruas de casebres amontoados.
Pessoas acumuladas num pequeno espaço reduzido.
Comem juntas....
Dormem juntas...
Vivem tumultuadamente juntas.
Ignoradas e ignorantes dos seus direitos de ser:
um indivíduo
(individualidade).
Individual
(uma única identidade).
Ser um,
numa unidade
(integridade).

Vítima


Eu sou a vítima de um assalto:
bandido!
Eu sou a vítima de uma bala perdida...
(...que me encontrou).
Eu sou a vítima de um indivíduo,
um elemento,
desconhecido...
(...sem fundamento).
Eu sou a vítima de três disparos:
do tiroteio,
do justiceiro,
da reação.
Eu sou a vítima do trombadinha,
do militar,
do traficante
e do segurança particular.
Eu sou a vítima do acaso,
da violência,
da ousadia,
do despropósito,
das diferenças,
da repressão (tão democrática),
do desgoverno.
Eu sou a vítima desarmada,
mas fui amada.
Deixo hoje o amanhã,
e a saudade dos amigos e familiares.
Eu fui a vítima!

No ar, Condicionados!


Somos quem somos
nesse mundão aqui.
Comendo a TV e
pensando dinheiro.
Sonhando sentado
com um final feliz.
No ar, condicionados!

Somos quem somos
nesse mundão aqui.
Telenovela revela:
a bunda quadrada,
as portas fechadas,
a jaula decorada e
a família calada.
No ar, condicionados!

Somos quem somos
nesse mundão aqui.
Coçando o saco e
criticando quem faz.
Bebendo e comendo
comida enlatada.
Assistindo o filme
da semana passada.
No ar, condicionados!

Somos quem somos
nesse mundão aqui.
Vestindo o que ditam.
Falando o que dizem.
Seguindo a lei da televisão.
Deitado na cama e
a barriga crescendo.
Controlando o controle,
da vida controlada pelo controle.
No ar, condicionados!

Somos quem somos
nesse mundão aqui.
Drogados da imagem e
penalizados pelas notícias.
Passivos da opinião formada
e não refletida.
Réus e culpados
das lentes da audiência:
subjulgados e
alienados.

O lixo de ouro da cultura inútil.
No ar, condicionados!

Somos quem somos
nesse mundão aqui:
bonecos fantoches,
aprisionados,
aculturados,
manipulados,
teleguiados...

No ar, condicionados!!!

Destino Nordestino


Nordestino.
Sem destino.
Farinha.
Seca.
Sol.
Desatino.
Família unida.
Sem comida.
A esperar pelo tempo,
que vai passar...
Só horizontes,
sem fantasias...
Naquele olhar que já não vê
tanta tristeza,
quanta incerteza...
Terra e areia,
chão de poeira.
Sonhos perdidos,
num sonho só:
poder plantar
para colher.
Ouvir “Painhô!”
e poder dar o de comer.
Nem Padre Cícero,
Graciliano,
viram o humano,
ser desumano.
Centros urbanos?
“Então eu vou,
tentar viver.
Quem sabe lá,
enriquecer”.
Decepção...
“Esteja certo,
se lá chover...
Voltar eu hei,
Ao meu sertão”.

8/14/2005

Eu sou a pedra!


Talvez eu já esteja velha demais, cansada demais...

Desconheço-me, e posso ser quão dura uma pedra é.
Todos os sentimentos desaparecem na dureza da minha alma!

O meu limite é a minha vontade! A minha vontade é o meu querer!
O meu querer, egoísta, está acima da vontade e do querer de qualquer um.

Sou a própria pedra!

E faço uso de um ditado (talvez chinês), que traduz o meu eu-pedra:

“Se um ovo cai numa pedra, pobre ovo! Se uma pedra cai num ovo, pobre ovo!”.

Eu sou a pedra!

O tempo.


As roupas balançam no varal... Todos os dias num mesmo movimento, na mesmice... Todos os dias são iguais e monótonos no varal!

Tempo!?! Então lembrei de quando o tempo me sobrava, quando as noites e os dias eram longos, intermináveis, mas não havia um amor. As noites eram frias e tristes, solitárias...

Até que então esse amor surgiu! Dividiu comigo a cama, o corpo, as manhãs.E trouxe-me vida, sorrisos e abraços, paixão e calor.

O tempo? Passou a ser compartilhado, lado-a-lado, tempo e amor. Percebi então que faltava o preenchimento do espaço entre o tempo e o amor, foi assim que vieram os filhos... Os filhos trouxeram mais vida, mais movimento, mais sentido! Fizeram de cada dia um novo dia, e transformaram o sentido do tempo e do amor.

Hoje questiono o tempo que me falta...

Talvez o tempo livre faça da existência um mero vazio, para onde os pensamentos viajam desnecessariamente, onde perde-se tempo...ou melhor, o tempo se perde.

As roupas continuam balançando no varal, num mesmo movimento, na mesmice de sempre!

Mas a minha vida não é mais a mesma, meu tempo não é mais o mesmo...Já não tenho somente um amor, tenho vários!

Compreendi então que o tempo por si mesmo é inerte, aquele que todos os dias balança as roupas no varal. A vida se transforma não por causa do tempo, mas pelos nossos desejos de mudança, para dar sentido à existência, a continuidade e a coexistência.

Foto: "Judeus não são benvidos aqui!".


Aqui é tão escuro,
tão quieto,
tão sóbrio e vazio.

Há quem possa me ouvir?
Há quem possa responder?
O que faz desse lugar
tão escuro e tão vazio?

Será que os corações-humanos
aqui não pulsam?
Aqui é tão escuro, tão obscuro…
…tão indiferente!

Será que os seres daqui perderam-
se no tempo, na evolução humana?
Evolução? Não aqui!

Vejo sim, através da escuridão,
pessoas semi-putrefatas,
fedem merda,
pensam merda…
…são quase merda.

O que faço eu nessa escuridão?
Deixem-me ir,
eu não sou desse lugar!

Poder!


Tenho o poder das palavras certas,
nos momentos certos, na sua direção,
entretanto, calo-me.

Tenho o poder de ler seus pensamentos,
o seu olhar, a sua expressão,
entretanto, calo-me.

Tenho o poder de saber das suas intenções,
dos seus gestos, do que você planeja,
entretanto, calo-me.

Tenho o poder de conhecer todos os seus
medos, suas feridas, suas frustrações,
entretanto, calo-me.

Tenho o poder de ser-humano, assim,
como você o é. Por isso, quero
compreendê-lo, antes de julgá-lo.
Contenho as palavras fáceis que
vêm a minha boca,
calo-me.

Fico entre os meus pensamentos
conclusivos sobre a sua pessoa
e quem é você de fato.

Culpa


Que dor é essa que carrego comigo,
tão profunda, tão sentida e tão dura?

Que culpa é essa que carrego
comigo, que envelhece comigo?

Já tardam os anos que ainda me
vêm, e comigo já estão todas as
lembranças.

Sei que o quê sou, já sou.
Sei que errei e que alguns erros
jamais poderão ser corrigidos,
porque o tempo é o Senhor
da consciência que perdi.

Consciência


Eu navego na existência
de um ser paralelo,
que convive comigo,
que discute comigo,
que está presente em mim
mesmo quando tenho o desejo
de estar só.

De longos pensamentos perdidos
nas horas da noite,
faz-me cansada no dia seguinte.

Na realidade há um desajuste
entre mim e esse ser paralelo.
Estamos juntos por caminhos
opostos: quando penso no amanhã,
ele me lembra do ontem e
de tudo o que passou.

Esse ser paralelo é a minha
própria consciência.

Olhar...


As palavras escorregam nesse
papel como os meus pensamentos.

Não sou tão velha, mas há uma
longa história, feita desse único
caminho, que é só meu.

Acho que a vida escorrega nesse
papel, a minha.

E não há uma frase sem vírgula,
um parágrafo sem ponto.
Não há um dia sem um sonho!

Não há nada que não seja feito
do meu olhar. Até você, quem eu
nunca vi, é feito do meu olhar.

Aqui estou...


Aqui estou em pedaços,
aqui estou transparente.

Aqui estou inteira,
feita de pedaços.

Aqui desconheço-me
completamente.