4/09/2008

Cresci no capitalismo do pobre, que é muito mais selvagem que o capitalismo do rico. Fui muitas vezes engolida, tragada pela força do trabalho, da exploração, do instinto à sobrevivência. Como fui forte! Como resisti a dor (da humilhação!). Resisti sim, e mantive o meu amor próprio: e fui mais forte e mais selvagem que o próprio capitalismo! Este, derrubou-me muitas vezes: mas o meu amor próprio me esbofeteou, me ergueu e me disse que eu era melhor que tudo isso!

É, devo unicamente ao amor próprio a minha vitória...

Mesmo sabendo que venci: também sei que perdi! Por isso, não há comemoração. Aprendi apenas a aceitar que o tempo, a história e as perdas são fatos da vida: e que não existe uma segunda chance...

...porque todas as chances são e serão sempre a primeira, mesmo que seja só para recomeçar.

Munique, 03.02.08

Escrever é um exercício, e o pratico não somente
na escrita de palavras, mas na interpretação do
que se passa na minha própria alma.

O que escrevo nada tem de importante,
que não seja eu mesma - e numa quase absoluta
solidão e caos - procuro por caminhos que me levem
ao encontro de certo paraíso, qualquer um que seja...

Os caminhos tornam-se becos, labirintos,
trilhas tortuosas... Nada carrego comigo,
que não seja somente o céu: o céu azul,
o céu nublado, o céu escuro, as tempestades!

De repente: paz!

Inesperadamente, encontro-me com Deus!

Munique, 02.04.08

4/08/2008

Vivo entrelaçada nos segundos dos minutos das horas
dos dias das semanas dos meses dos anos...
Vivo entrelaçada entre a ilusão e o real,
entre a noite e o dia, entre a morte e a vida.

Apunhalo-me! Então sangro... e curo a minha própria ferida,
com meu próprio remédio:

a coragem!


Munique, 07.03.08