11/07/2008


Sou uma gota de chuva que despencou do céu! De lá do alto, bem alto, fui caindo até tocar numa árvore! Do alto desta árvore, fui escorregando folha por folha, até tocar a terra! Então viajei mais fundo, nas profundezas...Até chegar num mundo feito de mim, feito de gotas, de muitas gotas!

Já não me sentia mais apenas uma gota, senti-me estranha... Perdi a minha idêntidade neste lago substerrâneo e escuro. Como num estado de choque, paralisei-me! Nesta imersão, percebi a minha existência: não diria insignificante, porque eu era uma partícula de algo maior.

Como continuar sendo uma gota, invísível aos olhos humanos, sem provar a minha existência?

Preferi meditar.



Gosto de tranças: de cabelos, de cordas, de novelos... Tranças que se enroscam entre si, e juntas, se fortalecem e perpetuam... Tranças, danças ao vento, andanças, mudanças, tranças alianças, se apertam e se amarram, se torturam e se amam, como os homens!
O meu pensamento é livre: acorda livre, caminha livre, sem fronteiras.

Então a liberdade hipócrita das sociedades hipócritas que se dizem livres, morrem em si.

Somente o meu pensamento livre sobrevive a mim:
me diz e contradiz, concorda e discorda... Terminará quando eu terminarei: nem nos sonhos, só na morte!