9/29/2005

Atrás de mim!


Já esqueci o que é paz.
Já esqueci de esquecer!

Aonde estou eu não sei...

Do som do mar estou bem longe...
Do sol da luz também estou!

Aonde estou eu não sei...

Já esqueci quem sou eu hoje,
já esqueci quem fui um dia.

Aonde estou eu não sei...

Estou bem longe...sei que estou!
Atrás do mar, atrás do vento,
atrás das nuvens, atrás de mim...

Estou atrás de mim!

Aonde estou eu não sei,
só sei que estou atrás de mim!

9/27/2005

Sobre o Adeus!


Adeus,
palavra definitiva,
sentido definitivo,
último.

Eu já disse sim: adeus!
E não voltei à olhar,
o meu olhar,
atrás.

O que ficou, não volta mais!

Eu fui, e a lágrima que rola em minha face,
encheu o Mar!

Eu disse sim: adeus!
Sem compreender se existe um porquê...

O que ficou, não volta mais!

Dos meus passos, caminhou o meu corpo,
na direção contrária do meu adeus.

Não voltei à olhar, o meu olhar,
atrás.

9/26/2005

Sempre à procura...


Procuro a felicidade que se esconde:
por que é que sempre a felicidade se esconde (de nós)?

Procuro o amor que se perdeu:
por que é que sempre o amor se perde (de nós)?

Procuro a verdade que se cala:
por que é que a verdade se cala (contra nós)?

Procuro o sentido de existir:
porque existo e sou intensa,
e sendo assim, existo assim!

9/16/2005

Á família Yonekura, meu pesar!


Existem dois mundos: o meu e o seu.
O meu mundo me faz pensar que estou mais segura...
(segura de quem?)

Seu mundo distante, tem mancha de sangue, de luta sem fim.
Não posso aceitar, tão pouco compreender: vidas valem mais
que papel de merda!

Esse meu mundo pacífico de hoje, também já matou e morreu -
por isso, conhece a dor e a culpa:

"quem mata também morre, mesmo que viva para sempre!"

Dois mundos distintos: um velho e um novo;
um de passado triste, outro, de presente triste!

Se tão seguro é meu mundo hoje, por que então, penso tanto no seu?

Talvez por saber mais que você: saber que seu mundo faz parte
do meu, já o meu mundo, distante, não é o seu!

http://www.estadao.com.br/cidades/noticias/2005/set/15/240.htm

9/12/2005

ASSUSTADOSSODATSUSSA



As políticas econômicas
assustam
os patrões
assustam
os empregados
assustam
os sindicatos
assustam
os poderosos
assustam
os coronéis nordestinos
assustam
os políticos
assustam
os telejornais
assustam
as percepções humanas
assustam
os manipuladores
assustam
os pobres
assustam
os ricos
assustam
os pobres...

Ao Sir Peter Blake!


(ao navegador neo-zelandês,
Sir Peter Blake, por minha dor e vergonha).








Envergonha-me a morte inesperada,
tal qual a sombra que nos segue,
surpreende.

Já não há lugar seguro,
nem quando a sua mão segura,
o certo.

Minhas lágrimas rolam na face
por mim e por àqueles
que por alguma razão,
foram-se cedo demais
com a morte inesperada.

Deixem-me aqui, quieta!

Talvez haver-se-ia o bem
se houvesse a justiça,
que sempre é tarda,
cuja ação existe somente após
a morte inesperada.

9/06/2005

Amigo...


Talvez exista alguém
que saiba quem eu sou.
Alguém que pense o que eu penso,
e sinta o que eu sinto.
Que chore e ria como eu,
que me compreenda e me aceite,
assim, desse jeito, imperfeita.

Se este alguém existir,
certamente o chamarei de
"Meu amigo!".

9/02/2005

Quem são? Quem somos?


Certo dia abri o jornal e nada li.
Desliguei minha TV no “horário nobre”.
Olhei-me no espelho e não me vi.
Como as pessoas se esquecem dos fatos,
dos atos, desacatos?

Quem são essas pessoas que falam o
tempo todo de telenovelas, que vendem os
seus votos? Que trabalham duro para
comprar no final do mês um tênis de marca
famosa de midia impressa (expressa),
um eletrodoméstico à prestação?

Quem são essas pessoas que sorriem
sem saber o porquê sorriem?
Para sorrir deve-se haver um motivo não
singular... um sorrir pluralmente.

Quem são essas pessoas que sonham com
o país do futuro? Qual país? Que futuro?
Essas pessoas não imaginam que o poder
não é de graça, é pago. Por quem?
Eu não sei...Porque eu não tive escola,
justamente para saber aonde vai o dinheiro
que eu pago, pago, pago...

Talvez o dinheiro tenha ido para o poder e
não para a escola...mas não há provas!
A única certeza que eu tenho é que ele
desaparece do meu bolso e eu não o vejo
mais...Nunca mais!!!

Quem são essas pessoas que se
comportam como animais irracionais
(massificação humana sem expressão)?

Quem são essas pessoas que não sabem
cobrar o que é direito? Revolução?
Talvez seja impossível!
Afinal ninguém sabe o que é isso mesmo.

Essas pessoas não têm tempo para ver,
para ouvir e para falar.
Estão ocupadas em sobreviver.
Às vezes comem...
Às vezes dormem...

Quem são essas pessoas cegas,
surdas e mudas que se negam aos fatos,
aos atos, desacatos?
Congresso? Fechado!!! Por quê?
Porque hoje é dia não-se-do-quê e tem
feriado na semana!!!

Amo São Paulo!


A arte da minha cidade
é barulhenta,
é operária.
É nordestina e italiana,
é portuguesa e africana,
é japonesa, chinesa, koreana!
É essa mistura tão paulistana!
A arte da minha cidade
é concreta e abstrata,
do arranha-céu à rua asfaltada.
A arte da minha cidade
é ao mesmo tempo
fria e solidária,
companheira e solitária.
Há quem diga que aqui
não há artistas,
mas a minha cidade
é uma grande escola de arte...
...da pura arte de viver:
de movimentos enlouquecidos,
de luzes amanhecidas,
e de artistas, por vezes esquecidos,
nas marginais engarrafadas!